terça-feira, 10 de julho de 2012

Infame Regozijo

Oí cáras tudo beín?!

Ah, verão! Calor, praia, gajas, festivais, gajas, tempo livre, gajas, gajas de mini-saia, gajas de biquíni, gajas em topless, gajas nudistas, gajas em grupo, grupos de gajas, gajas que são mesmo gajas, gajas que afinal são gajos e gelados. Que estação fenomenal! Até me deu para escrever um novo texto com menos de uma semana de diferença da publicação do meu ultimo texto. O bem estar, o conforto, o êxtase, apenas comparáveis aos níveis de felicidade de um predador sexual num infantário ou numa maternidade.

Esta coisa da alegria é demasiado alegre. Eu acho que a alegria devia ser menos alegre. Não me interpretem mal, eu acho que a alegria devia ser alegre. Apenas defendo que ela seja apenas moderadamente alegre e não excessivamente alegre. É que é só alegre, podia ser um pouco aflitiva mas não... é só alegria. Uma coisa é um êxtase temporário e fortuito que, assim sendo, pode atingir elevados níveis de alegria sem problema. Agora um momento alegre que se pode alongar e tornar-se um marco no tempo, uma contagem no calendário ou uma perspectiva de melhora da economia mundial, se atinge elevados níveis de alegria, torna-se enfadonho e algo imoral. E moralidade é uma coisa que se preza muito na actualidade, por isso tenham cuidado com esses níveis de alegria. Tudo acima do contentamento pode ser perigoso. Níveis elevados de alegria regozijante podem causar uma vida saudável, preenchida e deleitosa. Já viram alguém com uma vida assim tão prazerosa? Esta é uma condição rara e evitada pelas pessoas informadas dos perigos, porque todos sabem que estes sintomas são maus para os níveis de desgraça, que ultimamente têm estado numa posição muito boa. Os níveis de desgraça nunca estiveram tão saudáveis e prevê-se que estes níveis venham a subir. No entanto, na minha opinião, os níveis de desgraça podiam estar melhor, não fossem as pessoas preguiçosas e ainda mal informadas sobre como desgraçar ainda mais a desgraça. Se houvessem grupos de apoio à desgraça, seminários sobre como aumentar o infortúnio e as calamidades, os níveis de desgraça poderiam estar no mais desgraçado possível. Agora, as pessoas precisam consciencializar-se de que precisam trabalhar para um mundo mais trágico, ou então deitamos tudo a perder e um dia cedemos à alegria e à felicidade. Se nada for feito é isso que vai acontecer e poderá ser tarde demais, porque a alegria sendo tão alegre quando vem, é para ficar. Bem nos lembramos do fatídico 'Abril Alegre' de 74. A alegria, as festas, a diversão, o júbilo... Foi deveras espectacular e alegre... e alegre é mau, não é desgraça, logo temos que estar consciencializados para que tamanha alegria não volte a acontecer.

E é isto que tinha para dizer. Se podia estar calado? Podia, mas maçar e aborrecer é um talento que os especialistas dizem que devia ser mais desenvolvido. Eles é que dizem, não fossem eles os especialistas.

Vando Campos, 'O Aporrinhador Deambulante'

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Inglório Retorno do Leccionando Abjecto

Oí cáras tudo beín?!

Exames, trabalhos, projectos! A isto se resume a vida académica que muitos pensam ser a maior festa na vida de um ser humano, também o é, mas apenas em 8 dos 10 meses de ambiente universitário. Nos outros 2 meses cuidadosamente divididos por semestres distintos, é sempre a malhar naquilo que todos gostamos e almejamos fazer todos os dias, não fosse a nossa vida tão ocupada: estudar! Mas finda esta aprazível tarefa que nenhuma canseira proporciona, finalmente me encontro nas tão merecidas férias, onde me posso recrear com as diversas actividades, desde estar sentado com o computador, a ir ao frigorífico ou ao lavabo e a voltar ao computador... Ah, a multiplicidade de tarefas que estas férias curtíssimas de 3 meses proporcionam.

Mas, como já é usual, não foi para falar do primeiro assunto apresentado, que por este meio vos escrevo, não... Antes, num acto inesperado de loucura, vou introduzir um outro assunto que não o inicial, pois este foi apenas introdutório numa débil tentativa de escrever um texto espectacular que se comparasse à 'Ilíada' de Homero, ou até mesmo à saga 'Ruca' como por exemplo 'Ruca, Vamos tomar banho'... clássicos!
Por falar de casas de banho, apesar do título de hoje ser algo pessimista e céptico, noto que mesmo os humanos mais derrotistas e sem auto-estima gostam de si mesmos. Notem por exemplo que (não rejeitem já a ideia) quando nos apercebemos com nossos aparelhos olfactivos que alguém deu um... vá... um traque, nos sentimos enojados e algo ofendidos. No entanto, quando o traque é proveniente de nosso ânus... hum... huuummmm... o aroma, a densidade, a textura, a natureza do seu espírito que lentamente se desvanece... é arte, é transcendente... é o sentido da vida em forma de gás.

Portanto, caro amigo que se sente só, que não é a pessoa mais social, que não se considera interessante ou pensa não possuir nenhuma aptidão... deixe-se soltar...relaxe e não pense... deixe seu interior falar por si e reencontre-se através do sinal de odor enviado por seu corpo, que lhe dirá o quão afável, doce e harmonioso você é!

Cumprimentos,
Vando Campos, 'O Guru Flato'